Apesar de safra recorde, usina Cruangi em Timbaúba, atrasa salário de 2,3 mil trabalhadores

Funcionários da Usina Cruangi, que fica em Timbaúba, na Mata Norte de Pernambuco, a 106 quilômetros do Recife, estão revoltados com os salários atrasados. Os canavieiros montaram, nesta segunda-feira (30), um acampamento na área da empresa e denunciaram que estão há mais de dois meses sem receber os pagamentos. A usina emprega 2,3 mil pessoas, e a dívida com os trabalhadores ultrapassa os R$ 4 milhões. A época agora é de entressafra, mas, com tantas dívidas, a usina está ameaçada de continuar parada e pode não voltar a funcionar no mês de setembro, quando começa a moagem da cana no estado. A empresa emprega moradores de seis cidades pernambucanas e duas da Paraíba. Os trabalhadores contam que em abril, depois do fim da safra, como é de costume, foram dispensados. No entanto, muitos ainda não receberam as férias e todos estão há mais de dois meses com os salários atrasados. O que mais surpreende é que a produção da usina não combina com a situação atual. A última safra foi recorde. Nunca a usina Cruangi tinha moído tanta cana. Das 20 usinas pernambucanas ela ficou em terceiro no ranking. A usina chegou a moer 1,420 milhão toneladas de cana, que foram transformadas em açúcar e álcool. Tudo foi vendido. “Eles moeram e beneficiaram a cana, venderam açúcar e álcool e não pagaram os funcionários”, retificou Alexandre Andrade Lima, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco.