sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Quase todas as populações da Terra são resultado do encontro de povos

Todo mundo tem curiosidade de saber suas origens. Muitos constroem uma árvore genealógica, conseguindo resgatar parentescos distantes, para além de tataravós. Agora, cientistas retrocederam 160 gerações da história dessa grande família que é a humanidade. Juntando análises genéticas de 95 grupos distintos e informações sobre eventos complexos, como a expansão do Império Mongol, eles construíram um atlas das interações humanas ao longo dos últimos 4 mil anos. Os pesquisadores da Universidade College London constataram que quase todas as populações atuais são o produto de miscigenações que, ao longo dos milênios, ocorreram tanto entre povos vizinhos quanto entre indivíduos separados por milhares de quilômetros de distância. Eles analisaram amostras genéticas de 1.490 indivíduos de 95 populações, de onde catalogaram 474.491 marcadores do DNA. Os dados foram inseridos em um computador, que gerou um algoritmo. A partir daí, calculou-se a época em que grupos diferentes se encontraram, gerando descendentes que carregaram, no DNA, essa miscigenação. “Muitos pesquisadores estão estudando o DNA humano e a história, e isso tem revelado como as pessoas se espalharam ao redor do globo”, explica o geneticista Garrett Hellenthal, principal autor do estudo. “Essas migrações produziram distintas populações, com pequenas diferenças genéticas entre elas. Quando esses grupos se reuniram por motivos diversos, como novas ondas de migrações ou devido a invasões, e as pessoas tiveram filhos, ocorreram as misturas, que deixaram assinaturas no DNA de cada um. No nosso trabalho, usamos material genético de muitas pessoas de todo o planeta para identificar quando ocorreram essas misturas e quais grupos deram origem a elas”, esclarece Hellenthal.

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