quinta-feira, 6 de março de 2014

Crimeia pede para fazer parte da Rússia; entenda a crise

O Parlamento regional da Crimeia, uma república autônoma da Ucrânia que ocupa uma península no sul do país, aprovou nesta quinta-feira (6) uma moção em que pede à Federação Russa que a região passe a fazer parte do país. De acordo com os parlamentares, se o pedido foi aceito pelas autoridades de Moscou - que ainda não se pronunciaram -, a separação da Ucrânia será colocada em votação em um referendo no dia 16 de março. A Crimeia, cuja maioria da população é russa ou de origem russa, está no centro da tensão entre Moscou e Kiev. Tropas pró-Rússia mantém o controle sobre a península há vários dias. O governo provisório da Ucrânia não conhece o governo da Crimeia, que foi empossado em uma sessão de emergência no Parlamento na semana passada. O primeiro-ministro interino em Kiev, Arseniy Yatsenyuk, disse que a Crimeia se juntar à Rússia seria inconstitucional. O argumento é que o Parlamento da Crimeia não tem poderes para determinar a secessão. Por sua vez, o vice-primeiro-ministro da Crimeia, Rustam Temirgaliev, disse que as autoridades no poder em Kiev não são legítimas e descartou a alegação de inconstitucionalidade. No leste da Ucrânia, onde há uma significativa população russa, o líder dos ativistas pró-Rússia da cidade de Donetsk, Pavel Gubarev, foi detido por forças de segurança ucranianas no momento em que estava dando uma entrevista para a BBC. Donetsk tem sido palco de confrontos entre forças pró e contrárias à Rússia nos últimos dias. Os desdobramentos na Ucrânia ocorreram no mesmo dia em que representantes da União Europeia e ucranianos estão reunidos em Bruxelas para uma reunião de emergência, em que discutem a situação na ex-república soviética. A crise começou em novembro de 2013 quando o governo do então presidente ucraniano Viktor Yanukovych anunciou que havia abandonado um acordo que estreitaria as relações do país com a União Europeia. Posteriormente o governo procurou uma aproximação maior com a Rússia. Manifestantes contrários ao governo, que lutavam pelo fortalecimento das ligações da Ucrânia com a União Europeia, exigiram a renúncia de Yanukovych e eleições antecipadas.

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