quinta-feira, 23 de março de 2017

Projeção Peters, mapa que promete acabar com '4 séculos de visão colonialista' do mundo

Por mais de 400 anos, escolas de todo o mundo usaram mapas com distorções ​​nos tamanhos dos continentes. As representações do mundo usadas ​​atualmente são baseadas na projeção feita em 1569 pelo cartógrafo Gerardo Mercator, destinada aos navegadores da época. Seus gráficos respeitam a forma dos continentes, mas não os tamanhos - neles, a Europa e a América do Norte são vistas maiores do que realmente são e o Alasca ocupa mais espaço que o México, embora seja menor. Um dos erros mais significativos é que a África parece menor do que realmente é, quando na verdade tem o triplo da extensão da América do Norte e é 14 vezes maior que a Groenlândia. Mas agora algumas salas de aula de escolas públicas de Boston, no nordeste dos Estados Unidos, começaram a usar o mapa de Gall Peters, projeção batizada em homenagem a James Gall, escocês aficionado por astronomia que a desenhou pela primeira vez em 1855, e ao historiador alemão Arno Peters, que a difundiu na década de 1970. Esse mapa mostra o tamanho e a proporção de países, continentes e oceanos com mais precisão. Na semana passada, cerca de 600 escolas públicas da cidade americana receberam cópias dele, noticiou o jornal The Boston Globe. Uma das principais mudanças é que a Europa aparece muito menor do que se via antes em comparação com a África, que é muito maior. Continentes distorcidos Uma das razões para as distorções cartográficas é a dificuldade de se projetar uma esfera como a Terra - de três dimensões - em uma superfície plana, de duas dimensões, como a de um mapa. Mas, para os geógrafos, atrás dos erros de Mercator há também outra razão. "A maioria dos primeiros mapas do mundo foi criada por europeus do norte", disse Vernon Domingo, professor de geografia da Universidade Estadual de Bridgewater e membro da Aliança Geográfica de Massachusetts, em declaração ao The Boston Globe. "Eles tiveram a perspectiva do hemisfério norte - e também uma perspectiva colonialista."

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