terça-feira, 2 de julho de 2013

Entenda a crise política no Egito

Palco de uma mudança política desencadeada por uma revolta popular que resultou na renúncia em 2011 do então presidente Hosni Mubarak, na época há 30 anos no poder, o Egito enfrenta dois anos depois novas manifestações populares pela renúncia do atual presidente, Mohamed Morsi. Eleito democraticamente em 2012, Morsi se tornou impopular após suas ações contra o Exército, seu acúmulo de poderes e autoritarismo e o domínio da Irmandade Muçulmana no país.. Novos protestos da oposição e da população se espalharam pelo país, culminando com a exigência de sua renúncia e com um ultimato militar. O Exército exige que as “demandas do povo sejam atendidas”, para a alegria dos opositores que reivindicam a saída de Morsi. Se estas exigências não forem cumpridas no prazo de 48 horas, iniciado nesta segunda-feira (1º), o Exército vai anunciar “medidas para supervisionar a sua implementação”. Apesar do posicionamento do Exército, a oposição declarou não ser favorável a um golpe militar, o que também é negado pelos próprios militares. A Praça Tahir, que foi palco dos principais protestos no período que levou à renúncia de Mubarak, segue ocupada por manifestantes. Em meio à pressão sobre o governo, diversos ministros renunciaram – até a manhã desta terça-feira (2), já são seis os ministros do gabinete do chefe do executivo, Hisham Qandil, que haviam abandonaram o governo – entre eles o chanceler Mohamed Kamel Amr. Os titulares de Turismo, Telecomunicações, Assuntos Legais e Parlamentares, Meio Ambiente e Recursos Hídricos também renunciaram pedindo “a queda do regime”, com a alegação de que Morsi "não respondeu às reivindicações do povo”. Crise anterior Morsi foi eleito em 2012, pouco mais de um ano depois da renúncia de Mubarak, nas primeiras eleições democráticas do país. Mubarak tinha 82 anos e esava há 30 no poder. Ele deixou o poder após 18 dias de violentos protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5 mil feridos, em um movimento popular inspirado no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. A manutenção no poder se tornou mais difícil para Mubarak depois que a Irmandade Muçulmana, de Morsi, anunciou seu apoio oficial, e que o presidente dos EUA, Barack Obama, também pressionou pela saída imediata de Mubarak. Líderes da União Europeia se juntaram aos apelos pela renúncia.

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