quarta-feira, 24 de julho de 2013

"Não achei que viveria para ver neve da minha janela", diz moradora do Florianópolis

A surpresa do inverno 2013 é o frio e neve ter atingido o litoral de Santa Catarina: "Frio como este eu nunca vi", conta o pescador Maurino Silva, 68, encontrado na porta do mercado público de Florianópolis. Ele conta que o filho dele estava num barco na terça-feira (23) e teria visto blocos de gelo flutuando na água na Barra da Lagoa: "Acho que eram pequenos icebergs", diz, com evidente exagero. No Morro da Igreja, estação militar dos radares da Aeronáutica, na Serra, a sensação térmica registrada foi de -18ºC. Blumenau teve neve no morro do Cachorro e no morro do Spitzkof, encerrando uma polêmica de décadas: só os antigos diziam que nevava na cidade, agora um ponto provado. Se as temperaturas na serra catarinense de -6ºC em Urubici e Urupema nesta quarta são comuns, surpresa foi o frio em Blumenau, Criciúma e Chapecó, cidades de 400 a 600 km distantes entre si. A onda de ar polar que entrou no Estado domingo chegou ao litoral. Florianópolis, a cidade para qual gaúchos e paranaenses fogem do frio, tinha sol e dava praia há apenas duas semanas. Hoje, marcou a menor temperatura em 30 anos. A neve de terça (23) ainda permanece no alto do morro do Cambirela, a 20 km da Ilha de Floripa. Havia nevado no mesmo pico em 1984. Pelo inusitado, o fenômeno foi saudado com alegria pelos catarinenses: "Não achei que viveria para ver neve da minha janela", disse dona Helena Sortica, 40 anos, de São José. As prefeituras de Florianópolis e Biguaçu organizaram abrigos para mendigos. A capital recebeu 140 deles no sambódromo Negro Quirido, com direito a banho, comida quente e cobertores. Lages, na serra, fez uma campanha de distribuição de lenha para famílias carentes.

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