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sábado, 17 de agosto de 2013
Entenda a crise política no Egito
Palco de uma mudança política desencadeada por uma revolta popular que resultou na renúncia, em 2011, do então presidente Hosni Mubarak, na época havia 30 anos no poder, o Egito enfrentou, dois anos depois, novas manifestações populares que terminaram com a derrubada do presidente Mohamed Morsi, em 3 de julho, em um golpe militar.
Eleito democraticamente em 2012, Morsi se tornou impopular após suas ações contra o Exército, seu acúmulo de poderes, seu autoritarismo e pela influência política da Irmandade Muçulmana no país.
Seu governo, o primeiro de um membro da Irmandade, foi considerado um fracasso político por analistas.
Novos protestos da oposição e da população se espalharam e avolumaram pelo país, acirrando as divisões internas e culminando com forças liberais nas ruas exigindo sua renúncia e com um ultimato militar.
Um prazo de 48 horas dado no dia 1º expirou em 3 de junho, e os militares anunciaram a queda de Morsi e um plano de transição de poder que previa eleições parlamentares e presidenciais.
O Exército exigiu que as “demandas do povo fossem atendidas”, para a alegria dos opositores que reivindicavam a saída de Morsi.
O presidente deposto e alguns aliados foram presos, a instabilidade prosseguiu, e confrontos entre militantes islâmicos e forças de segurança deixaram mortos e feridos em vários pontos do país ao longo dos meses seguintes.
Eleito em 2012
Morsi foi eleito em 2012, pouco mais de um ano depois da renúncia de Mubarak, nas primeiras eleições democráticas da história do país.
Mubarak tinha 82 anos e estava havia 30 no poder quando caiu.
O ditador deixou o poder após 18 dias de violentos protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5 mil feridos, em um movimento popular inspirado no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali.
A manutenção de Mubarak no poder se tornou mais difícil para Mubarak depois que a Irmandade Muçulmana, de Morsi, anunciou seu apoio oficial à rebelião, e que o presidente dos EUA, Barack Obama, também pressionou pela sua saída imediata. Líderes da União Europeia se juntaram aos apelos pela renúncia.
Entre a saída de Mubarak e a eleição de Morsi, o país foi governado por uma junta militar, que comandou uma transição democrática marcada pelas incertezas políticas.
Morsi foi eleito em segundo turno, com 13.230.131 votos, contra 12.347.380 para o brigadeiro da reserva Ahmed Shafiq, ex-premiê do regime do derrubado Mubarak.
Sua queda colocou fim a um ano de poder islamita marcado por diversas crises e fortes protestos populares, e abriu caminho para uma delicada transição neste país profundamente dividido entre partidários e opositores do presidente deposto.
O golpe militar no país árabe mais populoso do mundo provocou inquietação no exterior.
Os Estados Unidos pediram para analisar as implicações legais na importante ajuda militar que concede ao Egito, enquanto a Rússia apelou por moderação a todas as partes. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu para que um regime civil seja restabelecido rapidamente.
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